Essa nave pertencia a uma série de brinquedos que praticame
nte todo menino - ou quase todos - tinha paixão durante a idade escolar. Na minha época, a franquia se chamava Comandos em Ação, mas nos anos 1980 chegou a ganhar o nome de Falcon. Para os meninos de hoje, é G.I. Joe e não causa metade da histeria que produzia na minha infância.
É difícil dizer porque um desenho animado ou um brinquedo tem o dom de atrair o interesse de um grupo enorme de pessoas. Penso que talvez deva ser a criatividade em excesso dos magnatas da indústria ou mesmo uma boa estratégia de marketing. No caso desta segunda opção ser verdadeira, podemos afirmar que o ataque generalizado dos bonequinhos minúsculos deve acontecer com força total a partir desta sexta (7), quando o primeiro filme inspirado nos Comandos em Ação chega às telonas. Isso é pelo menos o que o estúdio espera. E como tudo é incerto nesta vida, não dá pra prever, exatamente, o que acontecerá.
Pode-se dizer que G.I. Joe - A Origem de Cobra como um dos grandes lançamentos do ano, ao lado de tantos outros como Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Wolverine, Anjos e Demônios e Transformers - A Vingança dos Derrotados. Mas como toda coisa de "nerd" atrai "nerds" veteranos, não foram poupadas críticas em relação ao filme. Na imprensa internacional, sites especializados como a Variety e o Movie Web colocaram a boca no trombone e falaram muito mal da produção.
Nanotecnologia aplicada
Na trama, o escocês McCullen (Christopher Eccleston), dono de uma indústria de armas, usa a avançada nanotecnologia para desenvolver uma bomba capaz de destruir qualquer coisa feita de metal. Com a crescente ameaça terrorista, o governo dos Estados Unidos compra o produto. Logo no início do filme, em meio ao transporte de quatro ogivas, uma tentativa de roubo da poderosa arma irá detonar uma série de acontecimentos, unindo o passado e o presente de alguns dos personagens da trama.
Após a ação fracassada dos bandidos, os soldados do exército americano Duke (Channing Tatum) e Ripcord (Marlon Wayan), responsáveis a princípio pelo transporte das bombas, se apresentam aos G.I. Joe, um esquadrão secreto que abriga membros dotados de diversas habilidades. O grupo irá guardar a nova aquisição do governo americano e debelar qualquer ameaça a ela. O argumento é suficiente para exibir quase 120 minutos de um festival de golpes de artes marciais, sonoplastia bélica e espetaculares efeitos especiais, sem o menor compromisso de tudo isso junto fazer sentido.
Pancadaria de efeitos
Para transformar G.I. Joe no objeto de desejo dos meninos acostumados ao mundo cibernético, Hollywood não poupou esforços e recrutou gente muito acostumada a trabalhar pouco por trás das câmeras e muito à frente dos computadores. E o comandante deste grupo foi o diretor Stephen Sommers, dos famigerados A Múmia (1999) e O Retorno da Múmia (2001).
Além dos efeitos, entraram no orçamento da produção os cachês milionários de Brendan Fraser - que faz uma pontinha, em clara referência à sua parceria com Sommers na franquia de A Múmia (estrelada por Fraser) -, Dennis Quaid e Sienna Miller, além dos menos conhecidos Channing Tatum e Christopher Eccleston.
Brincadeira rentável
Nota-se uma clara intenção do estúdio em repetir o sucesso de outra franquia inspirada em brinquedos, os Transformers - também produzido pela Paramount e inspirado em um produto da Hasbro, companhia americana também dona da patente de Comandos em Ação (ou G.I. Joe). Pretensão compreensível diante da astronômica bilheteria da franquia baseada nos robôs alienígenas, estrelada pelos jovens e belos atores Shia LaBeouf e Megan Fox. Juntos, os fimes Transformers e Transformers: A Vingança dos Derrotados já arrecadaram mais de US$ 1,5 bilhão.
Se G.I. Joe: Origem de Cobra for bem-sucedido nas telonas é fato que livros, cadernos, mochilas, lápis de cor, chicletes e brinquedos que custam "os olhos da cara" com os rostos dos personagens vão invadir as casas dos fãs mirins espalhados pelo mundo. O meu sonho de consumo estava destacado na frente de uma prateleira repleta de outras naves como aquela. E como não era meu aniversário (muito menos Natal), minha mãe se recusou a comprar aquela coisa, que, ela dizia, "não prestava e custava os olhos da cara.
By: Aizen (Administrador)
